quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Natal brasileiro.


Papai Noel com roupas de inverno, árvores de natal com neve, enormes meias de lã penduradas ao lado da lareira em pleno verão brasileiro? Em nome da tradição natalina ninguém ousa falar do absurdo. É proibido “estragar” o clima festivo com críticas. Pela mesma razão não se fala mais do aniversariante e de sua mensagem de amor e de esperança. 

Falamos de presentes, de ái-póde, ái-péde, ái-fone, ái-ái-ái. Fazemos listas de presentes, pedidos, damos indiretas para que comprem o que desejamos. Preenchemos cupons com nosso endereço na esperança de ganhar aquele carrão que o shopping da cidade está sorteando. E as maquininhas para pagamentos online não param de cantar a melodia do lucro.

Enquanto isso, pessoas muito próximas a nós estão vazias. Sonham com um convite para o jantar do dia 24 ou para o almoço do dia 25, mas não o recebem. E a solidão fará companhia com a falta de sentido e preencherá suas vidas. E nós continuaremos a rir das crianças com seus novos presentes eletrônicos que as mantém apáticas e passivas. 

Tem muita coisa errada em tudo isso. 

Mas ao invés de ficarmos amargos, críticos, chatos e levantar bandeiras anti-comércio, que tal darmos sentido a tudo isso? Convide pessoas a sua casa, dê presentes a quem não pode retribuir, abrace, cante, vá a uma igreja festejar o aniversário de Jesus, ajude alguém que não espera mais nada de ninguém. Perdoe. Ame. 

Talvez você nem imagine o efeito que pequenas atitudes podem ter na vida de pessoas simples. Provavelmente elas agradecerão a Deus por você ter aparecido na vida delas e pedirão a Ele que sua vida seja abençoada. E esse será seu maior presente. E sua alegria será contagiante enquanto os milhares de papai-noéis continuarão a suar debaixo das roupas vermelhas.

Que seu natal seja feliz e repleto de sentido.


MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante. Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no www.kapok.com.br.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Brasil continua muito mal em Educação.

O Brasil continua péssimo em Educação. Fomos mal de novo no teste internacional PISA. Ou seja, atrás da maioria dos países.

http://br.noticias.yahoo.com/s/07122010/25/manchetes-brasil-avanca-ranking-educacao-mas.html

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Incentive seus filhos a ler

Veja a coluna "Super familia" na revista Viver.
Marcos Meier dá dicas de como incentivar o hábito de leitura nas crianças.
http://www.revistaviver.com.br/blog/?p=458

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

NÃO EXISTE BALA PERDIDA

Não dá mais para suportar! Nesta sexta-feira (03 set 2010), mais uma criança morreu vítima de uma “bala perdida”. Ou melhor, foi assassinada. Aconteceu em Florestópolis, uma cidade a 73km ao norte de Londrina, PR. O menino tinha apenas 11 anos de idade. A bala veio de uma troca de tiros entre traficantes.


Isso é o que aparece na mídia, o que os jornais divulgam e a TV mostra. O que não aparece é o descaso da sociedade com o problema nacional que atinge nossos jovens: as drogas. Cidades do interior, essencialmente agrícolas, de famílias tradicionais, trabalhadoras, que sabem ensinar valores e princípios a seus filhos, estão desesperadas. O crack, droga derivada da cocaína, custa 5 reais a pedrinha. Na primeira vez que a vítima usa, já fica com uma vontade imensa de usar de novo. Na quarta vez, já é dependente químico. E os índices de recuperação de dependentes em clínicas especializadas são assustadoramente pequenos. Usar o crack é como receber uma sentença de morte.


E o que você e eu temos a ver com isso? Ora, as eleições estão aí. Até agora não vi absolutamente nenhum candidato apresentar uma proposta séria de combate ao tráfico. Talvez haja, eu é que não conheço. Tudo que ouço são apenas promessas: “Vamos combater o tráfico de drogas”, “Vou investir na saúde”, “Vou acabar com a insegurança”, “Educação é prioridade número um”, e mais um monte de bla-bla-blás... Propostas concretas com cronogramas, fases e orçamento definidos? Nada! Talvez nem saibam fazer um projeto, um planejamento estratégico estruturado e bem definido.


Enquanto isso, vamos acreditando nas historinhas bem contadas dos candidatos. E ainda pior, acreditando que nosso voto vai mudar alguma coisa. Está na hora de pararmos de ser ingênuos. Há séculos o Brasil sofre com o descaso, com a falta de planejamento a longo prazo, com o corporativismo, com a “lei da vantagem a qualquer custo”, com projetos mirabolantes, com a impunidade e com uma série de outras coisas que nos fazem desacreditar que o Brasil tem jeito.


Que tal a gente cobrar dos candidatos e dos novos eleitos, projetos bem fundamentados em todas as áreas essenciais do nosso país? Que tal fortalecer as instituições de controle ao invés de acreditar que “dessa vez” os candidatos estão falando a verdade e vão mudar a vida no país? Se as polícias, ministério público, tribunal de contas, justiça (federal, estadual e municipal), corregedorias etc tiverem voz, agilidade e verbas, a impunidade começa a não ter vez. Se não forem vítimas de canetadas do executivo, então suas ações serão levadas a sério. Não dá para aceitar que um sujeito possa ser preso por desvio de verbas, lavagem de dinheiro, lá fora e aqui no país passeie de carrão rindo da nossa cara.


Não dá mais para aceitar que adolescentes arrogantes, prepotentes, traficantes e sem objetivos éticos ameacem seus professores e os façam perder a coragem de tentar mudar o comportamento deles.


Sabemos que o país que investe de verdade em educação, muda a sociedade e o futuro de seus jovens. O que fazemos no Brasil? Os professores estão sendo melhor preparados ou o governo abre espaço para leigos atuarem em sala de aula? Não seria melhor investir na formação, na cobrança, no investimento e na carreira profissional dos educadores?


Queremos distribuir melhor a renda? Que tal começar com aumento salarial (sei que só isso não funciona, mas sem isso não dá pra começar) a todos os professores no país todo? A cidadezinha lá do interiorzão terá professores com excelentes salários, fazendo com que seus alunos sonhem em se tornar, também eles, professores. Em torno de um professor bem pago, haverá uma família orgulhosa pela educação e seus efeitos. Mas vemos políticos gritando em palanques que mesmo sem ter estudado se tornaram líderes! Que mensagem é essa? Terrível para nossos jovens.


Bala perdida? Não. Não há bala perdida. Há balas financiadas pelo descaso. De todos nós, que infelizmente deixamos tudo isso acontecer e sonhamos com “dessa vez vamos eleger alguém que pensa em nós.” Chega de ingenuidade.




MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante. Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no www.kapok.com.br.

domingo, 29 de agosto de 2010

Família campeã!

Aí vão algumas dicas para vencer:


1 – Todos são estrelas! Quando só um aparece, os outros perdem a força da união. O ideal é que cada um seja incentivado por todos da família a ser cada vez melhor.


2 – Se um se sobressair em alguma coisa diferente dos outros, é a hora de todos apoiarem. Um filho gosta de escrever? Parabéns! Todos o apoiarão a ser cada vez melhor nisso. O outro gosta de esportes? Mesma coisa. Nada de inveja, de querer que o outro erre, mas ao contrário, todos fazem de tudo para apoiar cada um da família.


3 – Compreender as dificuldades. Ao invés de criticar, falar mal e sempre apontar para o erro, o ideal é aceitar que cada membro da família possui pontos fortes e pontos fracos e o papel de todos é incentivar os pontos fortes.


4 – Alta cooperação dentro da família para conseguir alta competição fora dela. Ou seja, quando uma família apóia, dialoga, conversa, abre espaços para o compartilhar, ela se fortalece e tem condições para lutar lá “fora” na sociedade, no trabalho, na escola. Os valores que a sociedade tenta imprimir como importantes “leve vantagem sempre”, “vença a qualquer custo” etc... devem sempre ser contrapostos com nossos valores de solidariedade, caráter, honestidade, etc. Esses valores são construídos dentro da família.


5 – Quando alguém da família se sacrifica para que os outros vençam, deve ser tão reconhecido como o que está vencendo. Por exemplo: a mãe que não está fazendo faculdade para ter mais tempo de interação com os filhos e possibilitar que o pai faça sua pós-graduação deve ser tão reconhecida quanto o pai. O diploma de pós não é só dele. É dela também, é de todos. Esse tipo de reconhecimento deve acontecer no dia-a-dia e não só no dia das mães.


6 – Reconhecer momentos de fraqueza. Tem dias que a gente está “pra briga”. Avise. Não fique isolado esperando um problema acontecer para estourar. Saia de cena, peça para alguém assumir suas tarefas naquele dia, ou, pelo menos, parte delas. Temos o direito de estarmos tristes, felizes, dispostos, mal-humorados etc... As variações são humanas. Nem sempre a gente acerta tudo.


7 – Incentivo mútuo. Quando um dos membros da família está “quase desistindo” de alguma coisa, todos devem ajudar. Todos devem incentivar. O filho mais velho está se preparando para o vestibular? Nada de cobranças desnecessárias, mas de palavras de apoio e de ações reais que ajudem.


8 – Vitórias são fruto de muito trabalho. Essa mensagem deve ser sempre lembrada quando estamos no auge. Quando alguém da família recebe um elogio público, um prêmio, um reconhecimento social, todos da família curtem. Mas a arrogância, a prepotência e o orgulho facilmente aparecem quando esquecemos do esforço de todos.


9 – O fracasso é de todos. É difícil aceitar isso, mas quando um filho se envolve com drogas, por exemplo, se ele for visto como “a ovelha negra da família”, ninguém o ajuda. Mas se sabemos que todos são responsáveis, a gente vai ajudá-lo a sair dessa.


10 – Família feliz e realizada dá trabalho. Compartilhar, dialogar, viajar juntos, parar em casa todos juntos para brincar, ver DVD todo mundo “amontoado”, são coisas que nos alimentam como família, mas dão muito trabalho, investimento de tempo e de energia. Mas é só assim que a gente vence.


MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante. Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no www.kapok.com.br.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Língua Portuguesa

Desafio da Língua Portuguesa
(Esse quase ninguém acerta...)

Aí vai um desafio para quem quiser testar seus conhecimentos de língua Portuguesa. Trata-se de um teste realizado em um curso na American Airlines.
Na frase abaixo deverá ser colocado 1 ponto e 2 vírgulas para que a frase tenha sentido.

PENSE antes de ver a resposta que está em seguida. Afinal, assim não seria um teste.
Essa já é difícil para brasileiro. Imagine para americano...


MARIA TOMA BANHO PORQUE SUA MÃE DISSE ELA PEGUE A TOALHA.


Não olhe a resposta antes de tentar acertar!!




?










?








RESPOSTA :

Maria toma banho porque sua. Mãe, disse ela, pegue a toalha.


A 'pegadinha' está no fato do uso do verbo suar, confundindo com o pronome possessivo (sua)...
A Língua Portuguesa é fogo.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

EDUCAÇÃO

O Brasil não está entre as 100 melhores do mundo. Nem a USP nem a UNICAMP...



Educação ainda não é prioridade nos governos... Triste.


http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/100812/mundo/educa____o_universidade_classifica____o_china_1
 

terça-feira, 10 de agosto de 2010

As inscrições ainda estão abertas! Não perca tempo!

Relatório publicado quita-feira, 18 de Junho de 2009, no site:
http://www.mercedarias.org.br/section-blog/58-nossas-irmas-partilham-suas-experiencias/103-palestra-do-psicologo-e-professor-marcos-meier-como-desenvolver-a-inteligencia-do-seu-filho-ou-aluno.html

Palestra do Psicólogo e professor Marcos Meier: Como desenvolver a inteligência do seu filho ou aluno.

Objetivando contribuir com as Entidades Educacionais, a professora Walknéia, do corpo docente do Colégio Nossa Senhora das Mercês, elaborou com muita precisão o Relatório da Palestra do Psicólogo e Professor Marcos Meier proferida no Colégio Anchieta de Nova Friburgo, no dia 27 de abril de 2009, na que participou um grupo de professores do Colégio. Avaliamos como fundamental e importante, num tempo de inúmeros desafios e entraves no processo ensino-aprendizagem.

RELATÓRIO DA PALESTRA DO PSICÓLOGO E PROFESSOR MARCOS MEIER

TEMA: COMO DESENVOLVER A INTELIGÊNCIA DO SEU FILHO OU ALUNO

No dia 27 de abril de 2009, no Colégio Anchieta de Nova Friburgo, a equipe do Colégio Nossa Senhora das Mercês juntamente com outras demais escolas assistiu à palestra ministrada pelo professor de Física e psicólogo, Marcos Meier, cujo tema era: Como desenvolver a inteligência do seu filho ou aluno.

O palestrante iniciou com a Teoria da Mediação, mostrando-nos que a qualidade da relação versus interação potencializa a aprendizagem. A seguir, sinalizou o quanto o ambiente pode interferir no desenvolvimento da inteligência. Isso foi concretizado através do exemplo de uma experiência feita com três ratos, sendo o primeiro colocado num local fechado onde a comida ficava próxima a ele; o segundo em um outro lugar também fechado, porém o alimento foi posto de forma que ele necessitasse de algum esforço para obtê-lo; já o terceiro, e último rato, fora preso em um espaço tendo que enfrentar o desafio de um labirinto para conseguir se alimentar. Mas, a cada dia a comida era trocada de local o que tornava sempre mais difícil tal aquisição. No final de um determinado tempo, os dois primeiros ratos haviam morrido, enquanto o terceiro continuava vivo e bem ativo, tentando achar mais alimento.

Essa experiência serviu para nos alertar sobre a maneira como oferecemos ou não desafios às nossas crianças para que possam através de situação-problema desenvolver sua capacidade cognitiva.

Marcos Meier destacou também que, embora os 100 bilhões de neurônios da bagagem genética do homem vão-se perdendo ao longo do tempo, o número de sinapses pode ser aumentado mediante as possibilidades de estímulos que se receber. Explicou que a diferença no desenvolvimento da inteligência está na superação, por isso as crianças devem receber estímulos, problemas e desafios para serem resolvidos por elas próprias.

Ao estabelecer que a negligência é um crime contra o cérebro e tão prejudicial quanto à superproteção, Marcos diz que esta última limita a capacidade do cérebro.

No que se refere à escola e família o nosso palestrante destaca o cuidado que se deve ter ao falar com os pais sobre o desenvolvimento do filho, evitando palavras que diminuam a imagem da criança, mas sim, elogiar o potencial dela e dizer que o mesmo pode ser bem mais trabalhado. Mostrar inclusive como é importante desenvolver a autonomia, fazendo com que a própria criança resolva os seus problemas. Tudo isso deve ser feito sem nenhuma força física. Ressaltou também: “Nós não somos facilitadores da aprendizagem, somos desafiadores das dificuldades.”

Foi tratado também da chamada Síndrome da Privação Cultural, ou seja, a criança é privada da própria cultura, pois o mundo não está sendo explicado para ela. Um exemplo disso é quando uma criança de 10 anos, que provavelmente já sabe sistema monetário, mas não lhe foi explicado como isso funciona no seu cotidiano. Portanto, esse conhecimento fica só na teoria e não é interiorizado,

Outros exemplos dessa mesma síndrome são os de crianças que ficam sozinhas; as que assistem à televisão o dia inteiro ou aquelas viciadas em vídeo-games. Entende-se então que é imprescindível tempo de mais qualidade para que haja uma boa aprendizagem.

Quanto ao papel do professor, Marcos Meier alertou que ele deve procurar, sempre que possível, desenvolver a autonomia do aluno e não tem que lhe ensinar, pois quanto mais o aluno aprende mais ele se apropria da cultura. “O verdadeiro mestre é aquele que ensina autonomia.”

Na mesma linha temática o palestrante apresentou-nos as fases da autonomia assim divididas:
Anomia - a fase do bebê- não há regras, nem limites;
Heteronomia- há excesso de normas, regras, limites que vêm do outro.
Autonomia – quando a criança já interiorizou e compreendeu todas as regras

Se todas as etapas forem desenvolvidas, a criança já possui autonomia, daí ela consegue ter percepção das coisas, o que torna possível a aprendizagem.

Em outro momento, Marcos Meier voltou-se mais para o fator emocional em que ele aborda a falta de afeto como sendo altamente prejudicial tanto para a criança, adultos e inclusive idosos. Explica que a criança necessita de afeto para desenvolver a sua autonomia. Já o adulto, embora precise muito, procura “disfarçar” essa carência afetiva o que não se dá com o idoso, pois esses fazem questão do toque, da proximidade. Quando há falta de afeto, de contato, de amor temos como resultado a depressão.

Ao se referir à Educação Infantil, Marcos Meier chamou a atenção dos ouvintes para as áreas (física, emocional e cognitiva) que devem ser trabalhadas no aluno. As sensações – os sentidos – são muito importantes, visto que trazem experiências anteriores, e a aprendizagem da linguagem e da escrita é o efeito colateral.

Quanto ao ciclo de aprendizagem, Marcos Meier o distribuiu assim:

1º. ) Aula- memória de curto prazo – a pessoa logo esquece o que foi apresentado.
2º. ) Lição de casa- memória de longo prazo- repetição do que foi explicado em aula
3º. ) Sono profundo- fixação- o que há na memória de longo prazo é fixado durante o sono

Um dos itens bem interessantes de se observar foi o de que dever de casa ainda é um dos recursos mais importantes para que a criança possa apreender, pois esse simples hábito de repetição é que vai construir a aprendizagem. Destacou também o hábito de seis semanas de repetição diária.

Marcos Meier observou que o adolescente não cria vínculo, para ele tudo é superficial, por isso devemos estar atentos a esse tipo de comportamento.
Citou que o trabalho, às vezes, não tem que ter prazer, mas sim, realização
Finalizou dizendo que as crianças, hoje em dia, não têm sono profundo, dormem pouco; logo não conseguem ter fixado aquilo que lhes foi explicado durante as aulas. Isso talvez se deva a tantas ocupações ou distrações a que são submetidos.

O nosso palestrante deixou claro que a apresentação de uma alternativa melhor não acarreta mudança nem faz as pessoas mudarem, mas sim, quando a dor de permanecer for maior do que a de mudar.
Portanto, é mister saber avaliar o que traz mais alegria ou lucro e optar , porém, tratando-se de crianças, adolescentes, jovens, entende-se que o melhor caminho é o professor, pais e todos os envolvidos no processo educacional inteirarem-se do assunto e dar uma orientação melhor e segura àqueles que realmente necessitam.

Professora Walknéia da Rocha Constantino

Agressão nas escolas – o bullying.


Se você tem filhos em idade escolar certamente tem ouvido muito a palavra “BULLYING”. Mas afinal, você sabe exatamente do que se trata? E como agir diante dele? Preparamos um pequeno guia, com perguntas e respostas práticas sobre esse assunto, tão em voga na atualidade. Boa leitura!


O que é bullying?
A definição mais aceita é que o bullying é um comportamento intencional e sistemático e objetiva causar dor física ou emocional. Geralmente é realizado por uma ou mais pessoas contra outra mais fraca ou com menos poder.
Não é bullying quando uma criança briga com a outra ou quando há troca de xingamentos. Isso é problema de agressividade mal dirigida, mas se não for sistemático, intencional, com desequilíbrio de poder ou força, não é bullying.


Como os pais podem identificar?
A criança demonstra alguns sintomas em casa: dores de cabeça antes de ir pra aula, sono agitado, irritabilidade constante e reclamações sem sentido como “odeio aquela professora”, “não gosto daquela escola”, “tô sujo porque caí”, “perdi o dinheiro do lanche” e outras fora do comum. Além disso, a criança fica mais retraída e prefere isolar-se.


Como denunciar?
Antes de denunciar, vale a pena incentivar a própria criança tomar a iniciativa, para que a vitória seja dela também. Falar com a coordenação pedagógica e solicitar uma solução e um prazo. Em escolas menores, a direção deve ser comunicada imediatamente. A criança fala com a coordenadora ou a diretora e explica o que está acontecendo. Imediatamente os pais devem ir à escola e confirmar a história, devem reforçar o pedido de solução. A solução nunca pode ser pontual, pois o bullying é global, problema de todos e não de apenas algumas crianças. Não se deve deixar a criança resolver tudo sozinha. Esse caso é serio e precisa da interferência dos pais. A iniciativa da criança deve ser valorizada, para que ela não tenha uma imagem de si mesma como de “vítima” ou de “coitadinha”.


Qual o papel da escola nestas situações?
A escola madura toma decisões coletivas. Toda a comunidade escolar deve ter consciência do que é o bullying, o que causa, como tratar, como identificar e principalmente como criar um clima de solidariedade em que o bullying seja extinto. Uma escola só vence o bullying quando os pais, professores, funcionários e alunos aprendem sobre causas e consequências do bullying.


A escola é responsável por comunicar os pais dos envolvidos?
Por lei, tudo o que acontece na escola é da responsabilidade dela. Ou seja, a escola pode ser acionada judicialmente em caso de bullying, pois acontece sob suas dependências. Portanto deve sim comunicar as famílias da vitima e dos agressores. Não apenas comunicar, mas explicar quais as providências que estão sendo tomadas e porquê.


E dos professores?
Os professores precisam receber treinamento para identificar o bullying, para saber como abordar a vítima, como abordar os agressores, como criar um ambiente de inclusão e principalmente como criar vínculos significativos com as crianças para que esse tipo de situação não ocorra. Professores mal preparados podem piorar a situação e acabar traumatizando os envolvidos.


Como tratar uma criança que sofre ou sofreu com o bullying?
Se ela está sofrendo, precisa imediatamente sair da situação de vitima. A autoestima está baixa, seu valor está diminuído perante o grupo e provavelmente seus amigos a abandonaram. Portanto precisamos, nós adultos, ajudar essa criança a socializar-se de forma saudável. Isso deve ocorrer tanto para aquela que está sofrendo com as agressões quanto com a que já sofreu. Nosso principal foco deve ser ajudá-la a melhorar sua autoestima e seu círculo de amizades.


O agressor também precisa ser tratado? Como?
Normalmente as escolas ajudam apenas a vítima e punem os agressores. Erro comum. Os agressores também precisam de ajuda, pois estão com seus valores perturbados. Não percebem o sofrimento do outro ou quando percebem não se sensibilizam com a dor do outro. Esses agressores precisam reconstruir seus valores, seus princípios e adquirir uma visão da vida, do mundo e das pessoas baseada no respeito pelas diferenças e não no preconceito.


Como falar deste problema com as crianças?
De forma mais aberta possível e explicando por meio de exemplos práticos e reais o que é o bullying. Entretanto precisa-se tomar cuidado para não expor uma criança com exemplos ou com relatos.


O uso frequente da internet aumenta esta prática?
Não aumenta, apenas abre espaço para um novo tipo de agressão: o cyberbullying. Xingar, difamar, caluniar, humilhar pessoas em páginas da internet, por emails, em blogs ou quaisquer outros meios eletrônicos é tão prejudicial quanto o bullying tradicional, presencial.


É possível controlar o uso de ferramentas da internet para diminuir o bullying?
O controle deve ser de todos, pessoal. Não por meio de softwares, pois o agressor que encontra limitações nos computadores da escola ou da própria casa, vai encontrar outra oportunidade na casa de um colega. Assim, se o trabalho de conscientização for feito pela escola, atingirá melhor os objetivos. Um detalhe: se a vítima for a um cartório e solicitar que seja documentada a agressão por meio de pagina de internet, o funcionário abre a página no computador do cartório, imprime e carimba com a data e assina a folha. Esse papel passa a ser documento perante a Justiça. Essa informação deve ser passada a todos os alunos e a todos os pais. O objetivo é dificultar esse tipo de agressão.


Como estabelecer os limites nas crianças/adolescentes para evitar este problema?
Deve-se sempre agir com os alunos construindo vínculos significativos e abrindo possibilidades para o diálogo. Quando há essa cumplicidade entre os alunos e os professores, dificilmente uma situação de bullying segue adiante. Se a escola se mantém distante dos alunos afirmando que seu trabalho é apenas curricular, abre espaço para as agressões e passa a ser cúmplice dos bullies (agressores).


E se a escola se recusa a agir mesmo sabendo da existência de bullying em suas dependências?
Infelizmente há escolas despreparadas e imaturas. Uma escola que permite o bullying afirmando que isso é “da idade”, “normal nessa fase”, “isso sempre existiu, não é de agora” demonstra que não se preocupa com a formação integral de seus alunos, mas provavelmente afirma o contrário em seu Projeto Político Pedagógico. Declara que seu objetivo é o desenvolvimento dos aspectos cognitivos, sociais, psicológicos, etc... mas na prática é cúmplice da deformação e da falta de ética. O ideal é entrar em contato com outros pais e solicitar uma reunião com a direção, e representantes da associação de pais e mestres.

MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante. Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no www.kapok.com.br.



Você pode encontrar mais a esse respeito, na obra "Bullying sem blá-blá-blá" Versão adultos e versão Teen, para crianças e adolescentes. Compre o seu no site da kapok: www.kapok.com.br


MEIER, Marcos; ROLIM, Jeanine. BULLYING SEM BLÁ-BLÁ-BLÁ. Curitiba, Intersaberes, 2013.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

IV CONGRESSO MUNICIPAL DE EDUCADORES
Santo Ântônio de Jesus - BA

http://www.educacao.prefeiturasaj.ba.gov.br/index.php

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

terça-feira, 3 de agosto de 2010

ÁLBUM DE FIGURINHAS



Quando estou com meus amigos, sinto um bem estar enorme por causa do clima de companheirismo e de solidariedade. Conversamos descontraidamente. De vez em quando falamos de um ou outro, realçando suas peculiaridades, suas idiossincrasias, seu modo de agir que de alguma forma nos chamou a atenção. São as “esquisitices” próprias de cada um. E comentamos: “ele é uma figura”, “esse cara é uma figurinha carimbada” etc.



Este tipo de expressão está relacionado, no fundo, com nossas experiências infantis com algo muito importante naquela fase: nosso álbum de figurinhas. Como era bom chegar à escola e perguntar quem tem esta, quem tem aquela, e do clima de suspense quando abríamos os pacotinhos. Lembro muito bem do dia que achei uma figurinha carimbada num dos pacotinhos que eu havia comprado com o dinheiro da venda de picolés de casa em casa: a sensação de ter descoberto um tesouro. Não queria trocá-la com ninguém. Não queria nem mesmo colá-la no álbum com medo de que fosse roubado, e com ele, meu tesouro. (Uma figurinha carimbada era uma figurinha especial, rara, de tiragem limitada e por isso mesmo, dificílima de ser encontrada)



Hoje não coleciono mais figurinhas. Coleciono livros, cadernos, coleciono boas e más experiências desta vida, sonhos, alegrias e tristezas. Guardo comigo as amizades que fiz e que ainda hoje me são importantes. E com tudo isto em mente, havia já há muito tempo, contado minhas experiências infantis ao meu filho, falando da persistência, do cuidado e de nunca desistir dos objetivos: se for para completar o álbum, então lute por isto!


Outro dia, ele chegou com lágrimas nos olhos e não queria conversar. Depois de muita insistência, ele disse que o álbum comprado no dia anterior não poderia ser levado à escola. É proibido. Dá muito trabalho para as professoras fazer com que os alunos guardassem as figurinhas e prestassem atenção na aula. Imediatamente lembrei da minha infância e do meu álbum. Não falei nada a ele, apenas ouvi seu desabafo. A escola não conversou com as crianças e “para o bem delas” proibiu. Democracia hipócrita.


Outro dia, ao levar meu filho para a escola, vi duas crianças escondidas atrás de um carro no estacionamento, abaixadas para não serem vistas e com as mochilas ocultando alguma transação proibida: estavam trocando figurinhas. Como proibir algo que faz parte da infância? Proibir a identificação com seus pais, ou avós? Aquele ato inocente de trocar figurinhas estava sendo criminalizado.
Se não podem impedir que as figurinhas e os álbuns continuem entre eles que tal orientá-los? Ou de que forma poderiam incluir esta força característica da infância (colecionar) para servir de complementaridade pedagógica? Como realizar na prática a formação integral proposta pela escola?


Fiquei com um sentimento muito forte de que a escola tornou a vida daqueles "colecionadores" um pouco mais triste, e levou seus sonhos infantis para outra esfera, longe da sala de aula. A escola parece-lhes que não pode ser um lugar para ter sonhos ou prazer. Nem para se ter histórias para contar aos filhos ou aos netos. Obviamente que deve dar muito trabalho para as professoras lidar com conversas, álbuns, figurinhas, trocas, cultura, tradição, compra e venda, troco, desconto e tantas outras operações “mercadológicas”. Entretanto, são temas da própria e. Tem alguma  errada. E não é com as crianças.
 
MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante. Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no www.kapok.com.br.


(Imagem extraída do site www.brasilcult.pro.br )

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Um conto e uma Crush.


 
Quando eu estava no Ensino Fundamental, minha professora de Português desafiou-nos a escrever um conto. Tinha que ser algo especial, só nosso. Não poderíamos copiar, tínhamos que inventar.

Fiquei tão feliz com a possibilidade que no caminho de casa fui imaginando toda a história e, ao chegar, fui logo escrevê-la.
“Era uma vez um menino que queria muito ir até uma ilha que podia ser avistada do litoral, onde morava. Todas as vezes que ele tentou ir, não conseguiu. A ilha simplesmente diminuía de tamanho e desaparecia com a aproximação. Era impossível chegar até ela. No entanto, a vontade de conhecê-la nunca desapareceu.
Certo dia, o menino estava na beira da praia, olhando para a ilha, quando deu um passo para trás. Imediatamente a ilha aumentou de tamanho! Deu mais alguns passos para trás quando encostou numa árvore estranha, diferente, que ele jamais tinha visto. PLIM! Desapareceu da praia e apareceu lá na ilha. A árvore era um portal dimensional! ...”
A história continuava. Havia seres fantásticos, lugares maravilhosos, poderes mágicos e toda sorte de elementos que fazem uma história ser inesquecível.


Apostei uma Crush, antigo refrigerante de laranja, que a professora iria ler minha história para toda a turma, pois estava muito bem escrita, era uma história digna de prêmio. Meu amigo apostou que a professora não leria meu conto.

Duas semanas depois, a professora entrou na sala com um pacote de folhas de papel. Eram os contos. De imediato, meus amigos me provocaram: “vai pagar a Crush hoje!” diziam debochadamente.
A professora entregava os contos falando a cada um: “muito bom”, “parabéns”, e outros pequenos comentários elogiosos. Ao chegar a minha vez, aproximou-se e me entregou o conto. Ainda lembro da cena, da voz, do cheiro da sala, do riso dos colegas e da expressão de superioridade da minha professora. Ela simplesmente disse: “Podia ter errado menos, né Marcos?”
Apressado, fui olhar a nota recebida: 7,5 e mais nada. Nenhuma observação quanto à criatividade, imaginação, coesão textual, ou qualquer outro incentivo à escrita. Apenas palavras riscadas com caneta vermelha, ortograficamente erradas. Havia trocado x por ch, z por s e outros erros que hoje o “Word” corrige automaticamente, visto que ainda os cometo. Mas meu computador não me dá ideias, nem o contexto, nem a história. A escola conseguiu fazer com que toda minha motivação para a escrita fosse enterrada no lamaçal da gramática e da ortografia. Passei a escrever textos ortograficamente corretos e extremamente pobres de conteúdo. “O menino gosta da bola. A bola é verde...” Sequer tentava a cor azul, pois poderia errar, trocando z por s. De 7,5 logo passei para 9,5 ou 10.
Apesar de ter sido um “caso isolado”, representa o que acontece na escola: a supervalorização da forma em detrimento do conteúdo. Isso simplesmente acaba com a motivação dos alunos, com o prazer de estudar, de criar, de investir por conta própria nos estudos. É a celebração da mediocridade. Alunos apáticos, produzindo “o necessário para passar”, nada mais do que isso e professores contentes com produções paupérrimas. O aluno que tentar sair do marasmo da média seus colegas já o chamam de “nerd” como se o empenho e a inteligência fossem algo negativo. E a mediocridade continua sendo o clima, aceito por alunos e professores.
Há, no entanto, uma saída: aulas diferentes, centradas na troca, no diálogo, na produção, no empenho, na realização e na construção de conteúdos relevantes. Aulas criativas que trazem aos alunos um forte sentimento de realização pessoal por estar aprendendo e se desenvolvendo. Muitos professores já agem assim, mas uma grande parte ainda não. Não aprenderam na faculdade e acabam reproduzindo o mesmo modelo de sempre.
Tais professores precisam de formação continuada para aprender o prazer de ensinar e ensinar o prazer de aprender. As aulas começarão a despertar escritores, cientistas, filósofos, artistas, atletas e tantos outros caminhos para a realização pessoal.
Apesar da escola, tornei-me escritor. Tive outros professores, apaixonados pela vida e pelo ser humano.
Ah, paguei a Crush.


(MARCOS MEIER)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

domingo, 30 de maio de 2010

Lançamento do livro "O Castelo das Sete Portas"

MARCOS MEIER CONVIDA:




O Castelo das Sete Portas é a história de um menino que é transportado para um castelo em outra dimensão. Lá ele vive aventuras incríveis marcadas pelos grandes sentimentos humanos. Medo, alegria, vergonha, amizade, fidelidade, escuridão, morte, vida e outros temas serão vividos por ele ao mesmo tempo em que terá que lidar com arco e flecha, monstros, enigmas e várias situações próprias de castelos ou das aventuras medievais. è um convite para você leitor deixar um pouco de lado a vida real e visitar o castelo. Boa Leitura!

A noite de autógrafos será numa cafeteria muito charmosa na praça dos cinemas no Shopping Mueller, a “Café do TOP”.
Venha tomar um gostoso café, comer um pão de queijo e adquirir seu exemplar autografado pelo Marcão.

Dia 18 de junho (sexta-feira)
Horário: das 17h00 as 21h00.
Local: Shopping Mueller, no Café do TOP,
na praça dos cinemas.
Curitiba PR.

O livro estará disponível para venda a partir do dia 07 de junho, com exclusividade no site da Kapok.
www.kapok.com.br

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sobre a Vírgula

Muito legal a campanha dos 100 anos da ABI
(Associação Brasileira de Imprensa).

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere..

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode criar heróis..
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!

Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Detalhes Adicionais:
SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

* Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER...
* Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

http://www.revistaviver.com.br/blog/?p=191

Oh não! Lição de casa!

Por Marcos Meier


Para muitas crianças a lição de casa é uma tortura. Para muitos pais, também. Se é assim, por que as escolas insistem em passar tarefas a seus alunos? Não é muita carga em cima dessas crianças tão pequenas? Por que fazer? Não é melhor que as crianças brinquem, descansem ou se divirtam?


Vamos às respostas.
A aprendizagem, do ponto de vista neurológico, tem algumas fases bem definidas. A primeira delas é a aula em si, o momento da construção do conhecimento pela criança. Nessa fase os conceitos são armazenados na memória de curto prazo. A criança esquece tudo em pouco tempo, em poucas horas.
A segunda fase ocorre justamente durante a lição de casa! É nesse momento que o cérebro leva as informações que estão na memória de curto prazo para a memória de longo prazo, para a memória “permanente”. Esse processo só acontece quando o cérebro percebe a necessidade de usar novamente a informação.
Em terceiro lugar vem a fixação, que ocorre durante o sono profundo. Nesse período o cérebro recebe a liberação do hormônio do crescimento, da leptina, do cortisol, etc. Toda essa química ativa a fixação das informações que estão na memória de longo prazo impedindo-as de serem esquecidas. Pelo menos não enquanto forem necessárias. Essa fixação ocorre, portanto, durante um período do sono de qualidade, do sono restaurador. Dormir bem é importantíssimo. A OMS, Organização Mundial de Saúde recomenda um período de 10 horas de sono para crianças de até 10 anos de idade.
Se a criança não dorme adequadamente, acaba não tendo todas as horas de que seu corpo necessita. Ela não grava, não fixa, não retém, não memoriza o que anda aprendendo na escola ou no seu dia-a-dia.
Além disso, se não faz lição ou não revisa o que foi aprendido naquele dia, não haverá nada na memória de longo prazo a ser fixado. E as informações vão se apagando da memória.
Por isso aí vão algumas dicas:


Garanta o momento da lição, mas não faça a lição pelo seu filho. Desligue a TV, peça que as outras crianças brinquem em outro espaço, enfim, garanta que o momento da lição seja agradável e realmente aconteça. Essa deve ser a ajuda. É um “crime” fazer a lição pela criança.


Se todos os dias houver o momento da lição, vira hábito e logo não será mais necessário mandar a criança fazê-la.


Não é nada fácil garantir esse espaço e criar o hábito de estudar, mas é fundamental para que a criança possa desenvolver autonomia na aprendizagem.


Para mais artigos e publicações de Marcos Meier acesse: www.kapok.com.br

A feminilização no ambiente da pré-escola



Mochila completa, tênis amarrado, uniforme colorido, lancheira na mão. O menino animado, sorridente, brinca com os objetos como se fossem caminhões encantados que carregam “seu mundo”: desde areia – agora proibida para não sujar sua roupa – aos heróis invisíveis que mudam de poderes tanto quanto mudam os objetos à frente. O homem-aranha, o super-homem, o super-sei-lá-o-quê são invocados e despachados conforme a necessidade, conforme a imaginação. O trator, pequeno demais para carregar qualquer coisa maior que uma moeda, é o mais poderoso e mágico ser fantástico nesse universo das coisas que aparecem e desaparecem, guerreiam e caminham juntas. A "Ferrari", materialização do sonho do pai, corre mais rápido que o X-Man. Mas é hora de sair do colorido do seu mundo de encantos para entrar no carro e partir para o seu primeiro dia de aula. Alguns brinquedos, heroicamente, conseguem permanecer ao seu lado enquanto o motor é acionado.
Do outro lado, sorrisos maternos (às vezes paternos) tentam em vão esconder a dor de perceber que o filho será cuidado por outras mãos, talvez não tão carinhosas, talvez não tão compreensivas. A lembrança das notícias dos telejornais da noite cuidam de incrementar o sofrimento.

Fica comigo...
Em meio a todos esses sentimentos conflitantes e a correria dos compromissos profissionais suspensos por uma longa e angustiante hora, a dupla sai de casa. Logo chegam à escola e as dúvidas insistem em ressurgir: elas, as professoras, se aproximam. Orientam a mãe quanto ao número da sala. Sorriem para o menino, perguntam seu nome, fazem-lhe carinhos. Tornam o ambiente acolhedor. Os medos da mãe se abrandam por seu filho, mas não desaparecem, pois observa outras crianças que choram, que esperneiam. Algumas correm para o parquinho, parece que já conhecem os melhores lugares, são "antigos" na casa.
O menino, com olhar triste, diz: "mãe, fica comigo". Ela, por um instante, recebe dos céus a recompensa por anos de atenção, carinho, brigas, choros, sorrisos e sonhos. Não há nada no mundo mais significativo que esse olhar inocente cheio de dengos e de pequenos medos. O tempo parece parar. Ele a ama. A mãe, com um sorriso, diz que depois voltará para buscá-lo e que ele precisa ficar ali, pois as professoras são muito legais e há muitas crianças para brincar. Dos dois lados, lágrimas. As dela, contidas por enquanto.

Os super-heróis e a Ferrari precisam ficar em casa?
Depois de alguns dias e choros, o menino já está acostumado com o novo ambiente. Corre para o parquinho. Esquece de dizer "tchau" à mãe. Tudo parece ter entrado em seus eixos como a vida deve ser. No entanto, algumas coisas ocultas jamais serão notadas. Não há na parede da sala nenhum trator. Algumas identificações com suas fantasias, brincadeiras e sonhos ficaram de lado. Os super-heróis ficaram em casa. Os incríveis poderes de aparecer e desaparecer, de voar, carregar e de erguer estão no quarto. Talvez estejam na sala de estar enquanto a mãe não tropeçar neles e os levar para a caixa dos brinquedos.
A escola não parece ser lugar para essas coisas "tão violentas". Nas paredes das salas e dos corredores, com pequenas imperfeições na perspectiva dos desenhos, está o incrível mundo maravilhoso do açúcar cor-de-rosa. Tudo parece adocicado. Nuvens branquinhas sorrindo. Fadas voando com suas asinhas transparentes. Ursinhos de pelúcia e seus intermináveis sorrisinhos fofinhos. Uma infinidade de outros diminutivos. A doçura do acolhimento. A Ferrari, bem, o Rubinho que me perdoe, mas a Ferrari aqui na escola, nem em segundo lugar. Essa escola é das mulheres. A professora, a faxineira, a cantineira, a inspetora, a professora auxiliar, a de Artes, a de Música, a de Inglês, aquela outra mulher que cuida de não sei bem o quê. Todas mulheres. Quando um homem surge, é porque vem buscar alguma coisa, carregar alguma caixa. Trazer uma TV. Os olhares de todos os cantos o constrangem. Precisa sair logo, é quase um invasor.

O despertar dos símbolos e a reflexão
Esse relato não é uma crítica, não é símbolo de nenhuma bandeira, de nenhum movimento. Não é o retrato de todas as escolas. Não serve para algumas pré-escolas das nossas cidades. É tão somente um convite à reflexão. Um despertar para que se acolham pequenos símbolos, pequenos detalhes que, com muito bom senso, possam representar ou servir de objetos de identificação da masculinidade dos pequenos "rubinhos" e dos pequenos "super-eu-consigo" e dos "X-sou-bom".
A escola pode e deve acolher a masculinidade e a feminilidade presentes em todas as crianças, considerar, incentivar e despertar as diferenças. Pode e deve ressaltar o quanto são complementares, jamais excludentes. Deve criar um ambiente para permitir que, em cada criança, possa haver um equilíbrio maior entre as características humanas presentes neles e nelas, do acolher e do brigar, do empurrar e do abraçar, do lutar e do unir-se. Pois não são características pertencentes ao homem ou a mulher, mas a todo ser humano, homem e mulher, que incansavelmente precisam ser e estar no mundo e, de preferência, harmoniosamente juntos. São representações da busca pelo novo, da ousadia, do saber impor-se e do saber dizer não quando se quer dizer não, saber dizer sim quando realmente for a melhor resposta. Tais posturas frente ao mundo são frutos não do masculino ou do feminino, mas do equilíbrio entre eles. E são fundamentalmente necessários para futuros homens e mulheres conscientes de seus papéis na sociedade.
— Pai, na minha sala tem um tratorzão gigantão maior que esse daqui ó....
— Uau! que legal né, meu filho?
— É. Minha escola é bem legal.
E a convivência harmoniosa do “mundo feminino” com o “mundo masculino”, possivelmente um e outro estereotipados num primeiro momento, servirá de solo fértil para o crescimento da convivência, da tolerância, do respeito e, principalmente, do aceitar-se e completar-se mutuamente.

O exercício das trocas entre meninos e meninas
Mais tarde, homens e mulheres saberão respeitar os espaços e idiossincrasias de cada um, pois terão aprendido, desde muito cedo, que podem conviver em harmonia. Cada um saberá, com melhor propriedade, considerar internamente suas forças de ataque e de defesa, de acolhimento e de afastamento, de aceitar e rejeitar, e, principalmente, de ser íntegro, completo. Pois meninos e meninas carregam em si o masculino e o feminino que só se desenvolvem completa e saudavelmente no exercício das trocas. Muito provavelmente esse crescimento não será mérito da escola, mas, certamente, terá ocorrido com sua contribuição.

Revista Profissão Mestre. n. 52, janeiro, 2004, p.12-14.
 
MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante. Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no www.kapok.com.br.





quarta-feira, 12 de maio de 2010

domingo, 25 de abril de 2010

Artigo publicado na revista SER NEWS PAIS, abril 2010


Lição de Casa pra quê????


Artigo publicado na revista SER NEWS PAIS, abril 2010

Encontre publicações de Marcos Meier a venda no site: http://www.kapok.com.br/

sábado, 10 de abril de 2010

quarta-feira, 31 de março de 2010



Nova publicação do Marcão na revista Viver de Curitiba, mês de abril, disponível na versão digital pelo link:
http://www.revistaviver.com.br/blog/?p=16
Acesse e leia a matéria na íntegra!



Livros de autoria de Marcos Meier diponíveis para venda no site: http://www.kapok.com.br/

terça-feira, 23 de março de 2010

sexta-feira, 19 de março de 2010

CADERNETA DE ANOTAÇÕES


Havia sol lá fora. A sala de aula estava cheia de crianças. Rosinha tinha apenas sete anos de idade. Amava a escola, as amiguinhas, o recreio – principalmente o recreio - e admirava a professora, dona Geralda. Era uma mulher bonita, alta, inteligente e gostava de se vestir impecavelmente bem. Seus vestidos eram maravilhosos. Simples, mas muito bem passados e limpos. Davam sempre a impressão de que dona Geralda acabara de tomar banho e colocar seu mais novo vestido para vir à escola.
Rosinha, por admiração à professora, jamais deixava de copiar algo do quadro negro ou de fazer as lições de casa. Sentava-se na primeira carteira, colada à mesa de sua musa inspiradora. Também gostava muito de responder às perguntas, pois era elogiada em seguida. Era muito bom ser criança, era muito bom ser uma aluna dessa professora.
Certo dia, daqueles que a memória se recusa a deixar de lado, Rosinha distraiu-se. Um minuto de distração. Virara-se para trás e sorria para uma amiga que acabara de perguntar-lhe algo sobre o lugar que se encontrariam no recreio.
- No monte de cascas de arroz! – respondera sorrindo. Era onde adoravam ir para brincar de salto em altura. Saltavam e caiam sobre um monte de cascas de arroz, comum em escolas rurais antigas. Hoje, colchões de espuma.
- Tá bom! A gente se vê lá.
Nesse exato momento, a professora acabara de passar a lição de casa no quadro negro. Rosinha não sabia se era para fazer agora, ou anotar na caderneta como tarefa de casa.
- Professora! É para anotar na cardeneta? – Perguntara sem perceber seu erro na inversão das letras.
- Como Rosinha? – A professora queria se certificar de que realmente ouvira a palavra ser dita de forma equivocada.
- É para anotar na cardeneta? – repete a pergunta inocentemente.
- Rosinha, por favor, fale bem alto para toda a turma ouvir – dona Geralda pedia, ela também, em voz bem alta.
E Rosinha, de coração limpo, de alma ingênua, feliz em atender a mais uma das perguntas de sua amada professora, repete:
- É para anotar na cardeneta? – e sua voz de menina ecoa na sala, misturada ao silêncio constrangedor que se instalara.
Quase que instantaneamente, a professora vai ao quadro negro e, de forma ríspida e desrespeitosa, escreve em letras garrafais: CARDENETA. Logo à direita, escreve, com o mesmo ímpeto: CADERNETA. E, imersa em sua maldade adulta, risca energicamente a palavra errada, dizendo com um tom de reprovação e ironia:
- O correto é CADERNETA e não CARDENETA como a Rosinha disse. Prestem atenção para não cometer esse erro – a voz de dona Geralda soava como de alguém cuja raiva estava esperando a hora certa de ser expressa.
A dor invadiu o peito de Rosinha e se misturou ao silêncio dos colegas que poderiam ter rido, mas não o fizeram por medo. Esse mesmo silêncio se perpetuou em todo o restante da escolaridade de Rosinha, que jamais arriscara fazer qualquer pergunta novamente.
A musa caiu do pedestal e mergulhou na lama dos insensíveis, onde nenhum vestido bem passado sobrevive ileso.
Uma pequena lágrima cai do rosto de Rosinha e mancha, ironicamente, o que acabara de escrever na caderneta: “Lição de casa”.

Havia sol lá fora.

MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante. Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no www.kapok.com.br.







domingo, 14 de março de 2010

DIGA NÃO!

Provavelmente uma das suas maiores dificuldades é dizer não. Uma pessoa de quem você gosta pede-lhe ajuda e você não recusa, mesmo sabendo que não vai ter tempo para isso. É que você não quer magoar, nem deixar a pessoa pensando que você não se incomoda com ela. Então você aceita. Diz sim.

Seu chefe pede que você execute mais um projeto. Você já está atolado de trabalho, não teria tempo para mais um, mas em nome da sua imagem de alguém que está sempre disposto a ajudar, você aceita.

Em ambos os casos, o mais adequado teria sido um “não”. Agora, as suas outras tarefas vão perder qualidade, ou na pior das hipóteses, você é que perde. Perde horas de sono, perde tempo de convivência com a família, perde horas de lazer. Você nem se lembra mais quando foi a última vez que se divertiu. Não há tempo para essas coisas.

E o “sim, conte comigo”, continua sendo freqüente.

Está na hora de aprender a dizer não. Pessoas que evitam dizer “não” estão esquecendo um princípio psicológico muito simples: amar-se para poder amar. Quando você se valoriza, tem uma auto-estima saudável, sabe do seu próprio valor, é consciente de seus potenciais, pontos fortes e fracos, então você está livre para poder ser significativo na vida de outras pessoas. Se você não está bem consigo mesmo, tem medo de magoar. E esse medo leva você a aceitar coisas que não deveria, pois você não quer que a outra pessoa interprete errado sua negativa. Medo de dizer não.

É preciso inverter isso. Aprenda a dizer “não”. Explique com calma que você gostaria muito de ajudar, mas que se você aceitasse deixaria de fazer outras coisas com qualidade e isso você não poderia deixar acontecer. Até mesmo a própria tarefa solicitada no momento não seria feita com a qualidade que a pessoa merece. Pronto! Uma saída delicada e sem constrangimentos, mas que evita sobrecarga.

Vá em frente. Muitas vezes a maior demonstração de amor é um “não”. Amor próprio. Amor que liberta. Amor que permite amar.


 

MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante. Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no www.kapok.com.br.